Tem
de Sair do Papel
O governo,
por meio do Ministério das Cidades,
pretende vencer o imobilismo e, de fato,
integrar o Brasil nos esforços liderados
pela Organização das Nações Unidas
(ONU) que institui o período de 2011 a
2020 como a Década de Ações para
Segurança Viária. A recomendação é
para todos os 192 países-membros. Em
seminário recente da Associação
Brasileira de Engenharia Automotiva
(AEA), o plano foi apresentado com o
habitual detalhamento excessivo,
incluindo um comitê com 20 entidades,
além de outras 32 convidadas.
Nada contra abrir o debate à sociedade,
mas com tal leque de abrangência há
grande risco de se perder o foco e muito
pouco ser efetivamente implantado. A
ideia do Observatório Nacional de
Trânsito é boa.
O problema, como sempre, está em passar
do mero diagnóstico às medidas
efetivas. Exemplo: mais uma vez vai se
tentar implantar a educação para o
trânsito nas escolas, a melhor maneira
de criar uma geração consciente dos
riscos envolvidos.
Também é bom ter metas. Na proposta
pretende-se implantar a vital Inspeção
Técnica Veicular (ITV) até 2013,
vistoriar 100% dos veículos até 2016,
iniciar um programa de renovação da
frota de 2014 a 2020 e até criar um
instituto de pesquisa sobre segurança
veicular. Pelo histórico dessa
verdadeira novela trata-se de um plano
ambicioso. Se metade for cumprido,
estaremos frente quase a um milagre.
No entanto, iniciar o processo de ITV
importante para diminuição dos
acidentes, congestionamentos e poluição
do ar sem uma devida
regulamentação de desmontagem e
reciclagem dos veículos torna-se apenas
meia solução. Essa é outra discussão
que se arrasta há anos. Enquanto no
Japão e nos EUA existem leis para
reutilização e reciclagem de autopeças
e, na Europa, os próprios fabricantes de
veículos são responsáveis ao final de
vida dos seus produtos, aqui até hoje
falta uma lei específica para o setor
automobilístico, bem mais complexo do
que resíduos sólidos convencionais.
No seminário, a empresa Chris demonstrou
como é possível ganhar até uma estrela
nos testes de colisão contra barreira,
apenas com a adoção de pretensionador e
limitador de carga nos cintos de
segurança. Dispensa mudança estrutural
no veiculo, utiliza o mesmo módulo de
controle do airbag (aumentando claramente
sua eficiência) e tem custo baixo.
Pretensionador, por falha da
legislação, ainda não é exigido,
porém deveria sê-lo.
A apresentação da ONG Criança Segura
listou alguns dos desafios a vencer:
dispositivos de retenção adaptáveis
para cintos de dois pontos, utilizados em
boa parte da frota, mais antiga; sistema
isofix (prático e caro); cintos de três
pontos na posição central do banco
traseiro, localização de maior
segurança para banco infantil e assento
de elevação; além de regulamentação
do transporte escolar e em táxis.
O Plano Nacional de Redução de
Acidentes e Segurança Viária 2011-2020
está previsto de ser apresentado na
Semana Nacional do Trânsito, ainda em
setembro. Se vai extensamente sair do
papel, ninguém pode assegurar. Pior
seria deixar tudo como está com ações
descoordenadas, entraves políticos e
pouca vontade de atacar os problemas.
RODA VIVA
MÊS passado foi o melhor agosto da
história com 313.000 veículos vendidos,
segundo a Fenabrave. Apesar de apontar
aumento nos estoques nas
concessionárias, manteve a previsão de
crescimento de 6,4% ao final de 2011.
Estatística da entidade mostra que,
excluindo Mercosul e México com os quais
o Brasil tem acordo comercial, os maiores
volumes de importação são da Coreia do
Sul e China.
AUDI A1, modelo de entrada da marca
alemã, mantém a tradição de bom
acabamento, estilo marcante e alto nível
de equipamentos. O hatch de duas portas
impressiona pelo motor de 122 cv,
brilhante desde baixas rotações, e
ainda pelo câmbio robotizado de sete
marchas, de dupla embreagem. Direção
responde de forma direta e precisa.
Espaço atrás, limitado.
STATION pode seguir a moda aventureira
sem exagerar. É o caso da VW Space Cross
(R$ 57.990,00) que dispensou o estepe na
tampa do porta-malas e apliques de
plástico em demasia ou rebuscados.
Suspensão elevada em cerca de 3 cm não
compromete a dirigibilidade graças a
pneus e bitolas mais largos. Motor de 1,6
litro/104 cv é inferior ao de
concorrentes diretos.
CONFORME antecipado pela coluna, a Kia
completará sua linha com o compacto Rio.
No entanto, o lançamento foi adiado para
2012. O modelo dispõe de motor de 1,4
litro e o Grupo Gandini, representante da
marca sul-coreana, preferiu esperar até
a versão flex ficar pronta. Será a
terceira oferta, depois dos motores de 1
litro e 1,6 litro já desenvolvidos.
MINISTÉRIO da Cultura aprovou projeto de
um livro sobre os modelos fora de série
já construídos no Brasil. Editado pela
Alaúde, terá 260 páginas e envolveu
quatro anos de pesquisas do engenheiro
José Fonseca e do jornalista Fabiano de
Souza.
____________________________________________________
fernando@calmon.jor.br e
www.twitter.com/fernandocalmon
E MAIS:
Mais uma marca
centenária
Evolução Lenta
Estradas pedem socorro
Sonho Desfeito
Recalls vão entrar na
linha
Nunca a Favor do Réu
Reação Tardia
Em Busca do Equilíbrio
Fervilham Ideias
Reclamar para Quem
Motor Flex é Para se
Usar
Frugalidade em Marcha
Porsche Panamera:
Chegou, Viu e Venceu
Conjugação de Astros
Arredar o Pé, Nunca
Motor Flex no Limiar de
Novos Desafios
Mitos e bastidores do
combustível flex
Chinês Também Tem Vez
Mudar, Sem Culpa
Reciclagem Necessária
Lugar ao Sol
Olhos bem Abertos
Guiando no Exterior
Cautela e Caldo
Vencedores e Vencidos
2010
O Verbo da Felicidade
O Pior Já Passou
Reflexão sobre o futuro
Dúvidas Relevantes
Ver e Ser Visto
Ninguém Merece
Pouso Suave
Espaço a Conquistar
Bravo em boa hora
Reinventar a roda
Cenário de Bonança
Acordo Torto
Repensar
o futuro
Tráfego
Inteligente
Motores
em evolução
Desafios
a superar
Subsídios
aos elétricos
Renovação
não pode parar
Perigo
mora na distração
VESPEIROS
A CUTUCAR
COMO
AVANÇAR EM SEGURANÇA
INVERTENDO
PRIORIDADES
FIESTA
AMERICANA
O
FUTURO EM COMBOIO
PARA
QUE A PRESSA?
DILEMA
ROMPIDO
ESSA
LEI NÃO PEGA
LÍDERES
DO SEMESTRE
LONGA
CAMINHADA
MOTORES
COMPETITIVOS
FALSOS
ARGUMENTOS
O
MUNDO DÁ VOLTAS
SILÊNCIO
FATAL
AVANÇAR
É O DESAFIO
MUITO
CHÃO À FRENTE
|
|
|
|
|
|
 |
|
|
|
|
|
Fernando
Calmon (fernando@calmon.jor.br),
jornalista especializado desde
1967, engenheiro, palestrante e
consultor em assuntos técnicos e
de mercado nas áreas
automobilística e de
comunicação. Sua coluna Alta
Roda começou em 1999. É
publicada em uma rede nacional de
80 jornais, sites e revistas. É,
ainda, correspondente no Brasil e
Mercosul do site just-auto
(Inglaterra). |
|
|
|
|
|